Estudo indica que ciclistas aumentaram 10% na capital após crise social
O inquérito revelou que, após o surto social, 51,5% dos utentes optaram por mudar ou combinar o seu meio de transporte habitual durante estes meses.
Após a crise social que afetou o país desde 18 de outubro passado, a presença de bicicletas nas ruas parece ter aumentado acentuadamente devido aos problemas de transporte e à redução dos semáforos na Grande Santiago.
Um reflexo disso é revelado por um estudo realizado pelo Departamento de Estudos do Automóvel Clube, que indica que o número de ciclistas aumentou 10% na capital nos últimos meses de 2019.
O inquérito, que considerou uma amostra de 900 pessoas, entre ciclistas, peões e automobilistas, detalha que 51,5% disseram ter optado por mudar ou combinar o seu meio de transporte habitual após o surto social.
Entre os transeuntes consultados, segundo o jornal HoyxHoy, 39% passaram a utilizar o Transantiago e 38,6% optaram por se deslocar a pé. Ao mesmo tempo, 19,6% utilizaram táxi, 12,6% de ônibus, 11,3% de carro e 9,2% de bicicleta.
Destes últimos, um em cada 10 garantiu que começou a usar a bicicleta após o início dos protestos. A maioria dos novos usuários seriam mulheres com menos de 25 anos.
Alberto Escobar, gestor de mobilidade do Automóvel Clube, explicou aos referidos meios de comunicação que “o automobilista foi o que mais relutou em mudar os seus padrões de comportamento na cidade e o que mais se sentiu desconfortável a circular pela cidade. Pedestres e ciclistas, por outro lado, foram muito mais flexíveis nesse novo cenário rodoviário”.
O principal motivo apontado pelos três grupos de usuários da via para a mudança de meio de transporte é a falta de semáforos nas esquinas (56,8%), além das situações de perigo que já enfrentaram (41,5%).
Em relação à insegurança que sentem ao transitar nas ruas, 45,1% dos pesquisados indicaram sentir "medo" ao transitar pela cidade e 39% afirmaram ter vivenciado situações perigosas que ameaçavam sua segurança, principalmente por estarem em no meio de um confronto entre manifestantes e carabineiros.
Ao mesmo tempo, 12,6% dos motoristas afirmaram que se sentiram “obrigados a realizar alguma ação com a qual não concordavam” como buzinar ou participar de “quem dança, passa”. No entanto, 59% descreveram essa ação como uma forma alegre ou pacífica de protestar.
Fonte: https://www.cnnchile.com/